O que há na música de Macelo Jeneci

Conheci a música de Marcelo Jeneci há duas semanas, por acaso. Assistia a um canal de música e de repente me senti a atraído pelo som de sua uma sanfona e órgão. Fiquei fascinado. Ao ouvir o disco, tive a certeza de se tratar de um cantor e compositor de talento. Desde então não paro de escutá-lo. O motivo de tanta satisfação não ocorre apenas por sua qualidade musical, mas sim, pela satisfação que a melodia me remeteu. A um lugar que havia esquecido, onde obtive especial satisfação em todos estes anos: minha infância.

Não tive uma infância ruim, deixo claro. Pelo contrário. Fui uma criança muito feliz, de fazer inveja a todas as de hoje em dia, onde computadores (e esse bendito PSP que eu ainda nem sei como se joga, mas todo mundo tem) dão lugar as brincadeiras de rua, entre outras coisas. A satisfação em que me refiro vem do afastamento que todos nós, diante dessa constante aceleração de nossas vidas, acabamos esquecendo ou até mesmo perdendo (como eu!) de um dia ter vivido.

 

Foi a musica “Felicidade” que me fez retornar a esse momento crucial de vida (e também a sua, que se propôs a ler esse texto). É na infância que se constrói grande parte de nossa personalidade, fraquezas, atitudes, dependências ou certezas, que se sucederão até nos darmos conta de quem somos nós. Ter uma infância completa ou incompleta contribui e muito na forma de como nos relacionaremos com as pessoas, com a vida, e principalmente a si próprio no futuro.

 

Voltando a música. De letra simples e melodia delicada, ela inicialmente lembra o Hyldon e sua “Casinha de sapê” ou algumas dos Los Hermanos. Mas bastam 40 segundos de audição para literalmente se transportar para aquele lugar especial de sua vida: No meu caso, minha infância com a família. 

 

A “Felicidade” fala sobre isso. (...Existe um lugar em que o sol brilha pra você...) Retornar a família, no traz de alguma forma essa felicidade que tanto buscamos fora dela, mas que de alguma forma sempre está em nós. Lembrar de como éramos inocentemente felizes, despreocupados e seguro com nossos irmãos e pais, me fez lembrar o quanto foi especial ter vivido nessa família e o quanto a minha felicidade atual foi conseqüência dos prazeres e satisfações que eles me proporcionaram.

Hoje ser feliz pra mim, é viver do jeito que sempre quis, amar quem sempre desejei e saber que essas conquistas são frutos de uma formação privilegiada de um grupo de pessoas que decidiram me amar desde o meu nascimento.

Não foi preciso uma música pra me lembrar disso. Mas foi ela, em apenas 2 minutos que me fez ter a certeza  que jamais essas constatações podem ser esquecidas, e devem agradecidas todos os dias.

Essa é a música de Marcelo Jeneci. E Família, obrigado! Por ontem, hoje e sempre.

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